ROMA
[interno dal externo]
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parece Roma que o sem tempo tomou conta de teu tempo
que não tens o instante
que não conheces hoje e não esperas amanhã
parece que tua história não vive o fluxo do tempo
soubestes da vida porque és vida
conhecestes o tempo porque ele passou por ti
na tua certeza da civilização erudita e pagã
que impusestes a tuas colunas
que fizestes escorregar no limbo
da civilização cristã
tu vives do sudário imposto sobre pedras
tu és pedra e transformastes em pedra
teus manes convocados
na morte permanente
da pequena morte de cada esquecimento
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Roma tomo-te sublime à sombra
da justiça sábia em um planeta cego
condenando indiferentemente romanos e gentios
no ressurgir os mortos emanam como espírito
o fogo e o passado
contra a escura noite a dimensão vazia
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petrificada prevaleces predadora à luz suave
da história que adormece em colunas elegantes
eretas geometricamente
em pedra
a cruz que surge nas estradas
sombreia teu corpo
e estende-se infinita
na seqüência fotográfica das sombras
o silêncio dos deuses confunde-se com a noite
nenhum ruído nem murmúrio
do som mudo das almas
a noite repousa nos desvãos de tuas ruelas
onde oscilam passos no vai-e-vem de outros passos
que ressoam o som e o sentido de meu sonho
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sandálias na aspereza do granito
caminham pontes entre eras
em busca da memória adormecida
no porão do tempo histórico
a cidade dorme em círculos concêntricos
Roma, verão de 2004.
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