sábado, 21 de junho de 2008

ROMA III








Roma
tempo sobre tempo sobre tempo
não o instante que não conheces
mas a eternidade

tua história é o fluxo do tempo
que passou por ti na civilização pagã
no limbo da civilização cristã

teus manes convocados
aos olhos sábios
da morte permanente
testemunham a pequena morte de cada esquecimento

tomo-te Roma aqui mesmo
sublime a imaginar
sem tempo a perturbar o pensamento
o esplendor do espaço

mapas vivos
contra a dimensão fria do presente

petrificada adormecida elegante
geometricamente
Roma
és corpo sem ossos em teus braços distante

és ainda a cruz
na solidão dos homens
e o silêncio dos deuses
cruzamento de quatro direções


nos desvãos de teu pensamento
oscilam idéias de ser
sobre existir
o sonho no deserto
sopro

pontes entre eras
tua memória vive no porão do universo


Roma, inverno de 2005.

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