sábado, 21 de junho de 2008

ROMA II

[um canto ao tempo]



entre o que foi e o nada
fala o tempo disperso
em sombras da razão imaginada
da intenção adormecida

em séculos de inteligência
morre e renasce o futuro
o momento a eternidade e o dia

sombras da perda e servidão
um direito em bustos arruinados
sob a rebelião do olvido

o perdido nexo destruído
colunas assexuadas
sombras de todos nós que humanizamos
sonhos calcinados
na relação entre o o que é
e o que passou

a porta aberta
na ironia de civilizar a morte da esperança

necrópole do tempo
entre a espada e a cruz
o destino profético levantino
celebrado em toques vespertinos

ao sopro do Scirocco venta o ocre fim do dia
atrás do tempo atrás
da civiltà ignorada

tudo terminado
sono seduzido pela luz.
sandálias e é tudo crueldade,

il male e l’impietà in cerchi distinti
il pianto gli errori l’ironie e le parole…
[1]

Rafael de Urbino Bramante Bernini Borromini
Michelangelo o Caravaggio salve! o tenebrismo
tu escondes Roma o tormento


Roma, agosto de 2004.


[1] O mal e impiedade em círculos distintos: o pranto, os erros a ironia e as palavras…”

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